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terça-feira, 31 de maio de 2011

Dia 151: Meu primeiro primeiro lugar

Eu fiquei em 23º lugar na corrida de sábado. Mas vamos começar pelo começo.

A corrida era as 16:00, cheguei no local um pouco antes pra pegar o número de peito, o chip e fui alongar. O clima estava legal, nem quente e nem frio, se bem que aquela hora do dia a temperatura começa a ficar mais amena, mas não ia ser problema, estou acostumado com o frio.

Estavam acontecendo três eventos naquele dia, uma caminhada, uma corrida de 5 km e a corrida de 10 km. A largada é em uma pista de atletismo que tem em
um parque aqui da cidade, bem bonito, sendo que a corrida de 10 se extenderia para a rua e as outras ficariam só dentro do parque.
Quando me posiciono pra largada, que era pra todas as modalidades, procuro ficar no meio. Não queria bancar o esperto e ficar na frente de todo mundo, mas acabei bancando o burro quando é dada a largada, afinal nem todo mundo estava correndo, e eu tive que contornar bastante gente que estava caminhando até me posicionar na parte externa da pista e me juntar ao pelotão que estava correndo na frente.

Subimos por uma ruazinha de terra, passamos por dentro de uma trilha - aparentemente curta - dentro do parque e logo estamos na rua. Sigo passando bastante gente, e me concentrando pra manter esse ritmo, não podia deixar a peteca cair. Mas quanto mais pessoas eu passava, menos elas se tornavam uma preocupação, e logo eu estava bem confiante.

O asfalto acaba e começa uma rua de terra, no segundo quilometro, e continuo seguindo morro abaixo enquanto me surpreendo com a velha impressão de como um caminho parece extenso quando o fazemos pela primeira vez. Aproveito pra abrir a passada na descida e ultrapassar dois caras, um de amarelo e um de cinza. A descida se prolonga por mais um km, e eu fiquei pensando que aquela era a parte mais difícil da prova, a diferença é que eu estava fazendo ela ao contrário.

Pouco antes de chegar nos 5 km e fazer a volta os dois caras que eu tinha passado - de amarelo e de cinza - me passam de novo e abrem uma distância. Tudo bem, eu resolvo isso depois. Voltando eu percebo um senhor que devia ter uns 50 anos anos correndo atrás de mim; agora eu tinha que me preocupar em passar os que tinham me passado e em não deixar ele me passar.
Em uma das subidas na volta eu vejo que um dos corredores a minha frente dá uma caminhada quando chega ao topo da rua antes de voltar a correr e eu penso "esse já era". Alguns minutos mais tarde eu já tinha passado ele.

Pouco antes de voltarmos pro asfalto eu passo os dois caras que tinham me passado, e aquele senhor continuava correndo forte atrás de mim. No asfalto eu percebo que ele sobe o ritmo, mas eu não ia deixar ele me passar de jeito nenhum. Houve o momento em que ele emparelhou comigo e que eu respondi forçando o ritmo e abrindo novamente a distância.

Voltamos à trilha que passa pela mata, e se na ida ela pareceu curta, agora ela parecia extremamente longa! Já tinhamos passado da placa que marcava 10 km, eram os últimos metros antes de voltarmos para a pista de dentro do parque e cruzarmos a linha de chegada. Na mata eu só conseguia ouvir a respiração daquele senhor que corria atrás de mim, e eu me empenhava em não deixar ele me passar. Saímos da mata, passo mais dois corredores, estava na reta final quando derrepente o senhor que corria atrás de mim dá um sprint e passa do meu lado a todo vapor. Eu tentei responder mas não aguentei, se forçasse mais eu ia acabar tendo que parar faltando 20 metros pra chegada. Olho pra trás e vejo que os dois que eu tinha passado já não podiam me alcançar, vou reduzindo o ritmo a medida que cruzo a linha de chegada com o tempo de 47:46 minutos. Fiquei surpreso com esse tempo, por conta da impressão que tive por correr num caminho desconhecido.

Quando cruzo a linha de chegada a única coisa que eu consegui fazer foi sentar pra recuperar o fôlego. Encontro com a minha família, e quando vou devolver o chip e o número de peito encontro com o senhor que tinha me passado e dou os parabéns pra ele, afinal foi realmente ispirador. Um sprint é um sprint e representa o máximo da vitória.

A surpresa mesmo veio quando eu olhei no site o resultado da prova: 23º lugar geral, 1º lugar da categoria. Fiquei feliz com aquilo. Se fosse uma competição maior - haviam 99 competidores na corrida de 10 Km - a coisa seria diferente, mas eu sei que eu fui bem e que o meu resultado foi consequência dos meus treinos.

Agora é treinar pra correr o km em 4:30.


Nessa imagem dá pra ver o cara que me passou (de bermuda vermelha, depois do cara de bermuda preta) eu atrás, de bermuda vermelha também, e os dois caras que eu tinha passado no final.


Aqui caindo aos pedaços.


E aqui com a família e o Weltman tirando a foto.

Um abraço a todos e até a próxima - Nicholas 79,8

domingo, 22 de maio de 2011

Dia 142: Os 20 Km e a corrida do século

Essa semana eu resolvi fazer um longa de 20 Km. Dessa vez foi bem melhor, comecei com uma volta de 12 Km e fiz outra de 8 Km.

Na primeira volta eu fiz um ritmo legal, mantive um pace de 5 min por Km, totalizando os primeiros 12 Km em 59 min. Em um trecho tinha uma mãe com o filinho andando de bicicleta na mesma rua que eu, o que me ajudou a manter um bom ritmo e não ficar pra trás - sim, eu compito secretamente com os outros.

Por falar em competição, eu me lembrei de outro dia em que eu estava entre uma descida e uma subida, e um senhor passa com sua barra circular ao meu lado na maior tranquilidade. Naquele momento começou a corrida que definiria as nossas vidas, era tudo ou nada, quem perdesse morria. O tiozão começa na vantagem, no embalo da descida, mas conforme a inclinação vai acentuando o jogo vai ficando mais justo. A rua fica plana por um instante, é a minha hora, a todo vapor. Uma lombada a frente, e ele começa a pedalar de pé pra não perder o embalo ao passar mas não! Infelizmente não foi dessa vez pra você, senhor anônimo.

E teve o dia que a menininha estava subindo a rampa de uma passarela, e como eu estava passando por ali eu me perguntei "porque não?". Naquele dia era eu de bicicleta, ela a pé e uma rampa com 85º de inclinação. Subida dura, relação pesada na catraca da bike, subo a primeira rampa empatado com ela, mas uma curva me coloca pra trás por conta de uma retomada lenta - lembre-se, pouco espaço, relação pesada e uma subida de 85º. A menininha me ultrapassa - correndo! - e eu me deparo com a reta final. É tudo ou nada, quem perder morre, o mundo depende de mim. Pedalo com força, jogo meu peso nos pedais, dou uma, duas, três puxadas violentas no guidão e o mundo está a salvo novamente. Não foi dessa vez menininha anônima.

Mas sem bobagem, esse fim de semana eu tenho uma corrida de verdade. Rústica de 10 Km, quero forçar bastante e baixar meu tempo nos 10 Km de 50 pra 45 minutos. Uma coisa interessante que eu aprendi no longa que eu fiz essa semana é a diferença que eu tenho no rendimento quando eu saio pra correr antes de pedalar e quando eu saio pra correr depois de pedalar.

Aí você me fala "Mas é claro que antes de pedalar você rende mais, seu burro", e eu te respondo "disso qualquer um sabe, o que eu não sabia era o QUANTO isso influenciava". A coisa mais idiota do mundo só passa a realmente fazer sentido quando você faz aquilo.

Nessa semana voi treinar bem forte, sempre com a corrida antes do ciclismo, e vamos ver o que vai dar na corrida dia 28.

Ah sim, a segunda volta (de 8 Km) do longa eu fiz em 48 min, mais devagar, é claro, pra terminar bem, fechando 20 Km em 1:47 min. (e pensar que os recordistas em maratona fariam isso em pouco mais que uma hora...).



Um abraço e até a próxima, Nicholas - 80

domingo, 15 de maio de 2011

Dia 135: Como é bom correr

Na última semana eu resolvi mudar o trajeto da minha corrida. Eu tirei 2 Km que eu corro por dentro da cidade e aumentei 4 Km que eu corro na marginal de uma rodovia. Que diiferença.
Correr dentro da cidade é um exercício de adaptação. A cada esquina você tem que olhar pros 4 cantos pra ver se não tem carro, desviar de pedra, buraco, mudar o tipo de passada por causa do terreno, respiração, ufa! Mais parece uma aula de dança.

Correr nessa marginal é uma delícia. Quase não vem carro (nesse caso eu corro na contramão), o asfalto não é esburacado, a única coisa que eu preciso fazer é olhar pra frente, acertar a passada e a respiração e relaxar a cabeça.
Tinha esquecido como é bom correr.

Claro que nem tudo são flores. Eu tenho estado estagnado no meu peso, mas eu já nem esquento a cabeça com isso, daqui a pouco ele volta a despencar. Eu fui numa nutricionista essa semana, ela me passou uma dieta e me disse que eu ainda tenho que perder 8 Kg de gordura, o que não é nada demais. 8 Kg são 5 Kg mais 3 Kg.
Entrar no esporte de cabeça mudou a maneira como eu enxergo um obstáculo. Eu já não penso mais se eu sou capaz, só penso em como eu vou fazer. Se eu sou capaz ou não eu descubro depois.

De qualquer forma, rumo aos 72 Kg, nem que seja grama por grama.

Ah sim, cortei o cabelo:


O som de hoje é uma banda chamada Irakere, um jazz cubano muito bom:

É... não achei no youtube, então se estiver curioso baixa o disco e escuta Sea Mail:
http://plixid.com/2010/05/27/irakere-%E2%80%93-cuba-libre-2010-mp3/

E o quebra galho de hoje é o Dizzy Gillespie (quebra galho?!):



Um abraço e até a próxima: Nicholas - 80